Se somos religiosos, costumamos pedir a Deus ajuda para encontrarmos a saída dos nossos problemas ou para atingirmos qualquer objetivo na vida. Mas, infelizmente, o nosso pedido é geralmente interesseiro, egoísta. Pedimos, de acordo com a nossa "vontade" e não com a Vontade de Deus. E o que é mais grave: Raramente "pedimos" o que é melhor para nós; mas, o que na aparência, e segundo o nosso limitado entendimento, consideramos que é melhor.
Esta é, pois, uma questão de fundo, e que constitui, não só um ensinamento básico de Jesus Cristo ("Pai, cumpra-se a Tua Vontade e não a minha") mas também um dos ensinamentos principais de todos os Mestres. Assim, o Mestre Sufi, Sa'di de e Shiraz costumava contar esta história: "Um homem desejava ardentemente um filho. Por isso, rezou a Deus para que lhe fosse concedida essa graça. E Deus concedeu-lha. A sua esposa, algum tempo depois, deu-lhe esse filho que tanto desejara. Repleto de felicidade, agradeceu muito a Deus e organizou imediatamente uma festa. Mas, os anos passaram. O seu filho cresceu e, mais tarde, enveredou por um caminho errado. Tornou-se alcoólico, acabando por ser preso, acusado de ter assassinado um homem. No entanto, pouco depois, conseguiu fugir. Ora, como as leis que vigoravam nesse tempo, exigiam que, em caso de fuga de um filho, o pai tivesse de ser preso em seu lugar, o pobre homem teve de cumprir essa pena" Qual o ensinamento que se pode extrair desta história? É o de que aquilo que desejamos não é, quase sempre, o melhor para nós. Ignoramos as linhas mestras que conduzem a vida. Por isso, diz uma máxima Sufi: "Observai a borboleta atraída pela chama: O seu destino é visível para nós, mas ignorado por ela."
0 Comentários
Enviar uma resposta. |
JOSÉ FLÓRIDOREFLEXÕES Histórico
Março 2017
Categorias
|