Cada um de nós tem o seu "puzzle" para construir. Por isso, tem de procurar as peças que lhe são necessárias para as colocar no lugar certo, e no momento certo... Não é uma tarefa fácil evidentemente. Quantas peças necessárias nos passam despercebidas? Umas vezes, por ignorância; outras vezes, porque não estamos suficientemente atentos à sua presença; e outras vezes ainda, por não ser o momento adequado para as colocarmos no devido lugar, e termos, portanto, de aguardar que surjam primeiramente as outras peças que as devem anteceder na construção do "puzzle"... É por isso que, de acordo com o "Quarto Caminho", de que falámos na Reflexão anterior, todas as experiências da nossa vida são oportunidades para crescermos e expandirmos a consciência. É preciso, porém, que nos "recordemos já de nós próprios"... Não sei, porém, se esta expressão "recordação de nós próprios" é suficientemente esclarecedora. Se ainda o não for, espero que a continuação do que aqui se vai dizendo possa completar o seu verdadeiro sentido. Ora, o que se pretende propriamente dizer é que devemos mudar "já", imediatamente, neste preciso instante, a nossa atitude perante a vida.. Este "já" pode surpreender. Porque acompanha de certo modo a tendência da época em que vivemos, onde apenas o que é ""imediato" parece interessar. Pelo menos, é assim em relação a tudo o que está em conformidade com a sociedade de consumo: "Compre já o seu carro"; adquira já a sua casa..." Mas, como não queremos padecer deste mal do "imediatismo", quando dizemos "já", estamos a centrar-nos no reconhecimento da nossa natureza esencial. E esse reconhecimento implica que se não deve adiar, em circunstância alguma, o passo de libertação, que é necessário efetuar em cada momento... Insistimos, portanto, neste ponto: Se adiarmos o passo necessário, adiamos também a nossa própria libertação. E a peça do "puzzle", que devia ser colocada nesse determinado momento, ficou por colocar.
Recordarmo-nos de nós próprios é permanecermos no estado de Consciência. Mas, infelizmente, a maior parte nós evita o estado de Consciência, preferindo mergulhar no sono e no sonho, procurando muitas vezes refúgio no álcool, na droga, em todas as ilisões... Estar lúcido, estar consciente, nem sempre é fácil de suportar. Tornamo-nos demasiadamente sensíveis e vemos com mais clareza e profundidade as dificuldades da vida e as nossas próprias limitações. Contudo, não deve haver outra opção: Avançar resolutamente, no sentido de nos conhecermos melhor, a fim de alcançarmos o "estado de Consciência". Parafraseando Santo Inácio de Loyola, Jung disse que a consciência do homem foi criada para que possa: 1º - Reconhecer a sua descendência de uma unidade superior; 2º - Prestar a devida e cuidadosa atenção a essa fonte; 3º - Executar as suas ordens com inteligência e responsabilidade; 4º - Proporcionar, dessa forma, à psique. como um todo, o grande ideal de vida e desenvolvimento.
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JOSÉ FLÓRIDOREFLEXÕES Histórico
Março 2017
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